Luis Felipe Ferreira Santos: ex-aluno da Cidade dos Meninos busca título de doutor na UFMG
Doutorando em psicologia, concluiu o ensino médio na Cidade dos Meninos em 2012 e se lembra com carinho da mãe social que o acompanhou na instituição
O doutorando em psicologia na UFMG, Luis Felipe Santos, trilhou a trajetória escolar na Cidade dos Meninos de 2007 a 2012. Antes de se tornar psicólogo na urgência psiquiátrica do SUS, Luis foi interno da instituição até a conclusão do ensino médio, onde teve contato com esportes e com as artes. A relação do aluno com a mãe social foi o que mais marcou o jovem no tempo de colégio.
Seis anos na Cidade dos Meninos foram suficientes para consolidar aprendizados e memória afetiva. “Tive uma trajetória muito íntima e processual na Cidade dos Meninos. Iniciei os estudos na instituição em 2007, com 12 anos, e fiquei até o fim do ensino médio, em 2012. Fiz todo o meu desenvolvimento acadêmico e de adolescente dentro da instituição, guardo bastante carinho dos aprendizados, dos afetos e dos laços que criei, e que inclusive, carrego até hoje”, recorda.
As mães sociais são mulheres que acompanham a trajetória dos estudantes exercendo a função materna na instituição. Responsáveis pela rotina dos alunos e pelo acompanhamento das tarefas escolares, em geral, essas profissionais naturalmente desenvolvem um vínculo de proximidade inesquecível com os alunos. “O que mais me marcou nesse tempo foi a minha relação com minha mãe social, Soraia Batista, que inclusive se aposenta este ano. Ela foi uma mãe e tanto. Até hoje tenho uma relação repleta de carinho por ela”, declara.
Apesar do afeto, os anos na Cidade dos Meninos foram de cobrança, limites e responsabilidades, valores que também seguiram com o aluno. “No período em que estudei, tiveram condutas que me deixaram um pouco rígido para lidar com minhas atividades laborais e obrigações. Contudo, sinto benefícios, pois sou extremamente responsável e ético em meu trabalho e isso é um traço que percebo vindo do período de estudo na CDM, como a Cidade dos Meninos é chamada pelos mais íntimos”, ri.
Além dos ensinamentos teóricos, Luis soube aproveitar o contato com disciplinas que exploravam o corpo. “Hoje me sinto muito criativo para produzir saúde e cuidar de uma política pública sanitária tão complexa que é o SUS. A formação artística e esportiva que tive na instituição com certeza contribuíram para isso”, afirma. A experiência artística também rendeu amizades que perduraram no tempo. “Tenho até hoje uma relação muito amorosa com os amigos que fiz na dança. Sou muito grato pelos anos que estudei na instituição”, finaliza.
